sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Meus caminhos

Era a primeira vez que fazíamos isso juntos. Ela não estivera no comando antes. Eu conhecia bem cada próximo passo. O relógio fugia ainda sem sucesso da penumbra daquela noite, um palco perfeito. Minha voz amorosamente atenta e calma foi o suficiente para guiá-la por aquela nova experiência.

O nervosismo era evidente: De uma lado meu zelo dispensado à ela pra que se sentisse o mais confortável possível, do outro, o medo de fazer algo de errado enrigecia todos os músculos. Cada ponto por que passávamos tornava-se uma memória, memória esta, que percorreríamos mais vezes.

Não precisávamos nos preocupar, não havia desentendimento algum. Eu aproveitava os momentos em que me sentia como alvo de toda sua atenção. Talvez a preocupação dela não tenha permitido que notasse a minha egoísta satisfação!

Quando as pernas dela estavam já doloridas, dei a última instrução: Entre à direita. Ela parou o carro vermelho depois de um percurso sem falhas apesar da curta experiência anterior. Descemos do automóvel e dei a ela os parabéns junto a um apaixonado beijo cheio de orgulho. A gente é que sabe, pequena.

1 Comentários:

Às 11:20 AM , Anonymous Anônimo disse...

Juro que pensei em outra coisa... Mente poluída a minha! Achei massa esse teu texto, pq apesar de ter duplo sentido o tempo todo, retrata bem o sofrimento das primeiras aulas de direção... Nossa, sofri tbém!
Beijos!!!

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial